quarentena: cabelo e maquiagem em um relato sincerão

Eu demorei para preparar este texto sobre beleza na quarentena. Prometi à Maria Cecília, há semanas, que contaria aqui no Beauty Editor como anda a minha rotina de beleza neste isolamento – o que abandonei, o que redescobri, o que aprendi… E começo, desde já, com uma percepção curiosa: na pandemia, as coisas acontecem devagar. Cada texto precisa de mais tempo para ser preparado, cada mudança precisa de mais tempo para ser absorvida… inclusive, em relação aos hábitos de beleza. Sempre fui a pessoa que inclui a beleza no dia a dia. Me orgulhava de sair para o trabalho e, antes, preparar o cabelo (cuidadosamente finalizado com a dupla formada pelo creme Trauma Treatment da L’Anza + o gel Super Sculpt, da Paul Mitchell), o skincare, a maquiagem (haja paletas da Urban Decay e batons da MAC!)… Fazia a manicure a cada 15 dias e, toda semana, trocava o esmalte. Me sentia desleixada com as unhas ao natural. DIGA OLÁ PARA O CORONAVÍRUS Quando a pandemia chegou, pensei: vou continuar me arrumando pra mim. Afinal, esse prazer é meu! Nas primeiras semanas, malhava, tomava um banho, me maquiava – mesmo com menos produção –, arrumava os cabelos, escolhia uma roupinha comfy e sentava no “escritório” improvisado, composto por uma mesinha e um computador ao lado da cama. Até que… …a quarentena bateu. De verdade. Comecei a perder o propósito de seguir as rotinas que eu sempre amei, cuidados que eu tinha há anos. Sim, eu amo usar maquiagem, mas de que adiantava perder 20 minutos preparando o rosto, se eu nem ia mostrá-lo ao mundo? Pra que finalizar o cabelo, coisa que amo fazer (e, além disso, gastar produtos caros) se naquele dia eu nem tinha uma vídeochamada? Até os exercícios, que eu estava prezando tanto para manter minha saúde mental, caíram no limbo. Enquanto vivia essa crise interna – e me julgava por levar isso em consideração, enquanto problemas mais graves aconteciam no mundo –, meu cabelo ia perdendo o corte, os fios brancos iam aparecendo, as unhas ficavam abandonadas cada vez por mais tempo. Tudo estava mudando devagar, mas rápido.

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